sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Escolhendo o Tecido do Terno

Que um terno dá ao homem uma elegância ímpar ninguém duvida. Porém, não é apenas porque a pessoa está usando um terno que, por si só, ela está pronta e vestida de forma condizente para qualquer ocasião. A escolha do terno adequado é de fundamental importância para o sucesso da apresentação.

Muitas vezes nos deparamos com homens vestidos num terno muito bem cortado, da cor adequada, modelagem perfeita, mas com complementos totalmente desproporcionais e destoantes do conjunto. Não é incomum encontrarmos pessoas em solenidades com ternos jeans, com camisas de cores extravagantes ou gravatas de personagens de desenhos animados.

Neste artigo, procuro fornecer algumas dicas para a boa e adequada escolha do terno, inicialmente ajudando a pensar no tecido mais propício para a confecção do mesmo, dando uma visão de quem usa tal vestimenta quase que diariamente.

Primeiramente, cumpre destacar que o terno propriamente dito é composto de três peças: o paletó, a calça e o colete. Todavia, no meu caso, que moro no Nordeste, o colete fica de fora e apenas as duas primeiras são utilizadas; trata-se do que alguns chamam de Costume.

A escolha de um costume primeiramente passa pelo tecido. Penso que o conjunto pode ter corte italiano ou não, dois ou três botões, uma ou duas aberturas, ser confeccionado por alfaiate particular ou adquirido já pronto em uma loja, mas é imprescindível que se trate de um tecido bom, sob pena de revelar imediatamente a quem estiver olhando que se trata de uma roupa de qualidade inferior.

Além disso, o tecido tem que estar de acordo com o uso cotidiano, a fim de não nos tornarmos personagem de novelas de época.

Nunca é demais lembrar que a peça tem que estar perfeitamente confortável no corpo do homem. Não dá para imaginar alguém usando um costume o dia inteiro com aquela gastura insuportável. Conforto e bem-estar devem estar sempre em primeiro lugar.

Particularmente, acredito que a microfibra é um tecido ultrapassado, em alguns casos, até ridículo. Já vi peças que brilhavam mais que tinta fresca e, em outras situações, o tecido era facilmente desgastado, com fios puxados, etc.

E mais, além da fragilidade do tecido, a microfibra marca com muita facilidade, não suportando ajustes impunemente, sem demonstrar as remarcações.

*Foto: Reprodução

O linho também não vejo com bons olhos, pois, apesar de alguns estilistas gostarem da opção, a pessoa tem que ser muito fashion para usar um costume feito deste material diariamente. Além disso, lembremos que é um tecido que amassa muito rapidamente e ao usá-lo, ficamos parecendo que saímos da lavanderia e esquecemos de levá-lo à passadeira.

Não desejo nem falar do jeans, pois terno deste material é um traje sem propósito, desvirtuando a formalidade da vestimenta. Se queremos casualidade, não precisamos apelar, basta colocar um blazer e pronto. Terno jeans é demais.

Atualmente, entendo que a lã fria é a melhor opção para quem quer adquirir o seu primeiro terno. Trata-se de um tecido resistente, em geral com bom caimento, moderno e dificilmente fica com marcas de ferro ao passar.

Quando falo em resistência não quer dizer que o terno é indestrutível, mas que dura mais que os demais tecidos que já usei. Realmente, o terno de lã fria demora a acabar.

O caimento é um dos aspectos mais importantes na escolha de um costume. Posteriormente, quando escrever a respeito das etapas e das necessidades na compra da vestimenta, veremos que o caimento é algo básico.

Como o tecido é um pouco mais pesado que a microfibra, a gravidade se responsabiliza em deixar o traje bem no corpo, sem rugas.

Por falar que o terno de lã fria dificilmente amassa ao passar, cabe aqui uma ressalva. Não é qualquer um que sabe lavar e passar um terno. Não é porque estou aqui dizendo que raramente a lã fica marcada que qualquer um pode meter-lhe um ferro quente e está tudo resolvido. Mas isso é matéria para outro dia.

Outrossim, existem vários modelos de lã fria. Super 100, 120, 150, 180, etc. Acho Super 100 um pouco desconfortável, lembrando o linho, espinhando o corpo. Penso que a melhor opção é o Super 120. Custo benefício bem legal, saindo, a depender da grife, numa faixa de preço entre R$ 800,00 a R$ 1.400,00.

*Foto: Reprodução

Entretanto, aqui vale mais uma vez salientar que não é porque se escolheu um terno de tecido legal que o conjunto vai estar bem. Veremos numa outra oportunidade que o corte e os acessórios, como a gravata, a camisa e o sapato fazem muita diferença.

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